Por Dr. Luís Felipe Maatz, Cirurgião Plástico, com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)

 

Com as inovações crescentes na cirurgia plástica, o número de procedimentos vem aumentando. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) confirma: em 2014, foram 774.569 cirurgias estéticas. Já em 2016, 839.288.

Hoje, há procedimentos específicos para diversas partes do corpo, como abdominoplastia (remove o excesso de gordura e de pele, e, na maioria dos casos, restaura os músculos abdominais enfraquecidos ou separados), mastopexia (corrige a queda das mamas, reposicionando a aréola e o tecido mamário), blefaroplastia (melhora a aparência das pálpebras superiores, das pálpebras inferiores ou de ambas), entre outros.

Mas o que você precisa saber para realizar uma plástica de sucesso?

Não se iluda: plástica não é clonagem

Muitas pessoas já chegam ao consultório dizendo que querem ter a boca igual da Angelina Jolie ou a barriga da Gabriela Pugliesi. Isso não existe! Cada pessoa tem um biotipo próprio, e nem sempre o que é lindo em alguém ficará bem em você. Imagina uma paciente com baixa estatura e bem magrinha, com o bumbum da Kim Kardashian? Seu corpo ficará completamente desproporcional! Portanto, não use a plástica para ser o clone de alguma beldade. O resultado nunca será o mesmo, e você poderá fazer um enorme estrago na sua aparência.

Em quais casos a plástica é mais indicada
Tem orelha de abano? Seu nariz é saliente demais e desproporcional ao seu rosto? Seus seios são muito grandes a ponto de prejudicarem sua coluna? Teve bebê e suas mamas ficaram caídas? Emagreceu demais e ficou com a barriga flácida, com excesso de pele? Você treina regularmente, tem uma alimentação saudável e, mesmo assim, não consegue se livrar dos pneuzinhos? Estes são bons motivos para recorrer à cirurgia plástica. Nestes casos, o procedimento irá corrigir as partes que incomodam o paciente, aumentando sua autoestima.

Tenha bom senso e saiba a hora de parar
Realizar uma lipoaspiração em partes com excesso de gordura que não é eliminada nem com atividade física, aumentar os seios pequenos para te deixar mais feminina ou implantar botox para suavizar marcas de expressão. Desejos como esses são normais. Todo mundo tem insatisfação com alguma parte do corpo. No entanto, como tudo na vida, é preciso ter bom senso e saber o limite da cirurgia plástica. Já vimos diversas celebridades que ficaram com uma aparência quase que monstruosa devido ao excesso de plásticas. A cirurgia estética serve justamente para harmonizar seu rosto e/ou corpo. O resultado deve ser natural. Lembre-se: a plástica bem-feita (e sem exageros!) é aquela que ninguém percebe que você fez!

 

Cirurgia se faz em hospital, não em clínica
Qualquer cirurgia tem seus riscos. Principalmente em pacientes com problemas de saúde (vale lembrar que doenças pré-existentes devem ser analisadas pelo médico durante a avaliação no pré-operatório). Quantas vezes não vimos casos de pessoas que morreram ou tiveram sequelas em plásticas realizadas em clínicas que não tinham preparo para possíveis emergências? Daí a importância de uma equipe qualificada e de um ambiente hospitalar, que terá toda a estrutura necessária para uma possível complicação.

Siga à risca as orientações do médico no pós-operatório
Realizar o pós-operatório exatamente como indicado pelo médico é fundamental para o sucesso da cirurgia. No início, haverá inchaço, incômodo e o paciente não deverá fazer esforços físicos por um determinado período. É imprescindível tomar as medicações prescritas e seguir a alimentação direcionada. De qualquer forma, cada procedimento possui orientações pré e pós-operatórias específicas. Na consulta com o cirurgião plástico, que deve ser completa e detalhada, é realizada avaliação física do paciente, análise de seu histórico pessoal e familiar, e questionamento sobre eventuais doenças.

E não se esqueça: dê sempre preferência a médicos que sejam membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica!

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