Doença atinge 12 milhões de brasileiros e é a causa mais comum de impotência sexual, cegueira, amputações e doença renal.

 Os médicos não costumam usar a palavra cura, mas pesquisas nacionais e internacionais mostram que a cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução do estômago, elimina a necessidade de medicação para o controle do diabetes em mais de 80% dos casos. Com o “desaparecimento” da doença, o paciente tem menos chances de apresentar problemas cardiovasculares e outras comorbidades associadas, como hipertensão e apneia do sono.

O cirurgião bariátrico Guilherme Cotta, Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, lembra que o diabetes— doença que atinge 20 milhões da população brasileira — é a causa mais comum de cegueira, amputação de membros inferiores, doença renal com necessidade de hemodiálise e impotência sexual, por isso precisa ser tratado de forma efetiva.

De acordo com Dr Cotta, a cirurgia surge como mais uma alternativa terapêutica e pode ser indicada quando o tratamento convencional não surte efeito para pacientes com IMC ( Índice Massa Corpórea) acima de 35kg/m².

Atualmente, o diabetes tipo 2 — que representa 90% de todos os casos da doença no País — é tratado com alimentação balanceada, prática regular de atividade física e administração de medicamentos orais ou insulina. Segundo Guilherme Cotta, o problema é que mudar o hábito é uma tarefa muito difícil e como a doença não causa dor, não incomoda, com isso o paciente costuma negligenciar o tratamento, causando prejuízos graves para a saúde e para o bolso.

Sobrepeso ou obesidade leve

No Brasil, a cirurgia bariátrica é aprovada para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) a partir de 35 kg/m² com doenças associadas ou acima de 40 kg/m² sem a presença de outras patologias. Para o cirurgião, o IMC deve ser mais um parâmetro de indicação para a cirurgia, mas não o único. “O critério mais importante deve ser a avaliação clínica. A cirurgia de metabólica vem para ocupar uma lacuna que a endocrinologia não possui” diz o médico lembrando que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica vem observando os resultados da maior pesquisa de longo prazo já realizada no mundo sobre os efeitos da cirurgia bariátrica em diabéticos com IMC entre 30 e 35 kg/m²e. “A pesquisa da SBCBM constatou que dos 66 pacientes submetidos à operação, 88% se “curou” do diabetes. No restante, houve redução gradativa das dosagens dos medicamentos. O estudo também confirmou que tratar o diabetes é prevenir morte por doenças cardiovasculares”, afirma o médico.

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