Encontro anual da Academia Americana de Dermatologia aponta o tratamento como um dos melhores arsenais contra a doença

  

Uma das queixas mais comuns nos consultórios de dermatologia é o aparecimento de melasmas. Problema que vem atingindo boa parte da população, o melasma é um pesadelo na vida das mulheres devido às manchas acastanhadas que aparecem geralmente no rosto, no colo e nos braços, sendo que também pode surgir em homens e, atualmente, não tem cura.

Porém, novos tratamentos vêm sendo desenvolvidos para tratar e amenizar o problema. Foi o que aconteceu no encontro anual da Academia Americana de Dermatologia – 2018 / Annual Meeting – American Academy of Dermatology, realizado em fevereiro, na Califórnia, onde foram discutidas novas tecnologias que surgiram para auxiliar no tratamento da doença.

 

melasma

De acordo com a dermatologista Fernanda Sanchez, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o Ácido tranexâmico foi um dos temas centrais apontados como a grande novidade no tratamento ao melasma. “O congresso contou com a presença de médicos de todo o mundo e o ácido tranexâmico foi  um dos temas mais discutidos. Ele é o queridinho atualmente e age contendo o desenvolvimento das inflamações no tecido reduzindo a presença das manchas na pele de indivíduos susceptíveis à doença”, afirma a especialista.

Não é segredo para ninguém que o principal causador do melasma é a exposição à luz ultravioleta, fator preponderante na ativação do plasminogênio, que promove o aumento de plasmina, uma proteína que aumenta a melanogênse, ou seja, a formação da melanina responsável pelas manchas. “O ácido atua impedindo o aumento de plasmina e, consequentemente, diminui as chances do desenvolvimento do melasma”, explica Fernanda.

Indicado para tratar manchas provenientes de gravidez, mudanças hormonais ou por exposição solar, este ácido tem uma variação na forma de aplicar e possui também uma versão em gel, oral e injetável, sendo essa última feita na presença de um dermatologista. Os resultados da utilização do ácido tranexâmico têm sido rápidos e duradouros. “Mesmo não tendo cura, alguns pacientes já apresentam de 30 a 90% de diminuição das manchas de melasma encontradas no tecido cutâneo”, afirma Fernanda Sanchez.

Luz de computador e celular pode piorar o melasma?

Outro ponto discutido no Congresso vem deixando os pacientes de cabelo em pé nas clínicas de dermatologia. A luz presente em celulares e computadores, a chamada luz azul ou visível, pode sim ser vilã quando o assunto é o tratamento do melasma. Isso se dá porque ela penetra de forma mais profunda na pele promovendo uma pigmentação mais difícil de tratar. E para impedir que isso aconteça, novos tipos de filtro solar estão sendo desenvolvidos combatendo os efeitos negativos específicos desse tipo de radiação. “Os protetores que usamos geralmente quando vamos à praia ou qualquer outro lugar onde ficaremos expostos a luz solar não são capazes de nos proteger contra a luz visível e azul. Nesse caso, é recomendável a utilização de filtros com cor, mesmo em ambientes fechados”, afirma Fernanda aconselhando que é importante ir a um dermatologista antes de investir em um protetor solar.

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