Duas palavras, que juntas, parecem se contestar! Mas saiba que isso é possível sim, gordinhos podem ser perfeitamente saudáveis. O atual conceito de saúde, define como saudável, o indivíduo que possui bem estar físico, mental, social e espiritual. Portanto, o “sobrepeso”, deixa de ser o principal risco à saúde, se o indivíduo manter alimentação equilibrada e exercícios fisicos de rotina.
Um estudo realizado por uma universidade da Suíça, avaliou o nível de atividade física, risco de morte precoce e índice de massa corpórea (imc) em mais de um milhão de pessoas, durante 30 anos. Os resultados comprovam que quanto mais fisicamente ativos, menores eram os riscos de morte precoce, tanto em indivíduos magros, quanto com sobrepeso.
No Brasil, 52 % da população é considerada acima do peso, destes, 17% são obesos, segundo o Ministério da Saúde. Os números tendem a aumentar cada vez mais, devido ao aumento de restaurantes fast food, que oferecem alimentação rápida e saborosa, porém, hipercaloricas e gordurosas. Em contra partida, as escolas de ensino médio e fundamental, já vem preparando os jóvens, e induzindo à alimentação equilibrada, proibindo a venda de refrigerantes e salgados fritos em suas cantinas. Nas escolas de educação infantil, a criança não pode mais levar biscoitos recheados como lanche.
Quando se trata de saúde do gordinho, uma pesquisa contradiz  outra. Recentemente, um estudo divulgado pelo Congresso Europeu, pretende quebrar o mito de “gordo saudável”, divulgando que,  mesmo os obesos  não apresentando sinais de risco à saúde, como pressão alta, diabetes, e colesterol, ou seja,  serem “metabolicamente saudáveis”, não estão livres de problemas de saúde  no fim da vida e são mais suscetíveis a ter problemas cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. Entretanto, quem não é? Quem nunca viu um magrinho diabético, ou hipertenso, ou com triglicerídeos alto? Estigmatizar a pessoa gorda, não é correto. Tudo depende de uma alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares.
“Você é o que você come” ,  velho ditado. Ele lembra que nossa alimentação diz muito a respeito de quem somos, de como estamos e de como ficaremos no futuro. Aquilo que comemos pode fazer bem ou mal a nossa saúde, reza a crença popular.  Assim como a atividade física regular, um ser humano sedentário, independente de quanto marca seu peso na balança, é suscetível á doenças.
  Segundo a Nutricionista Larissa Amaral de Matos,” É importante ressaltar que o sobrepeso é sim um risco para o surgimento de doenças crônicas quando avaliado o peso de forma isolada. Mas devemos lembrar que a avaliação da composição corporal, e os demais parâmetros clínicos  e comportamentais, é extremamente importante para definirmos o estado de saúde do indivíduo. Por tanto, se uma pessoa for fisicamente ativa, consumir diariamente uma alimentação saudável e equilibrada (tanto em quantidade como em qualidade) poderia ser considerada saudável!!!   A exemplo temos os fisiculturistas que segundo ao IMC estão sobrepeso ou obesos, mas não apresentam o risco de comodidades“, diz.
Na visão do Educador Físico, Felipe de Oliveira Motta e técnico da Seleção Gaúcha de GoalBall, “a atividade física é extremamente importante para a saúde, ela traz o máximo de benefícios, sem necessariamente, a pessoa realizar uma dieta extremamente severa. Claro que a dieta é super importante no processo de vida, mas atividade física diária, complementa. Muitos gordinhos tem condições físicas e atléticas bem perto de pessoas magras, com um bom nível de saúde. O gordinho com alimentação equilibrada e bom ritmo de atividade física, tem menores possibilidades de desenvolver problemas de saúde, assim como todo ser humano“, relata.
Muitos modelos Plus Size (tamanho grande), estão aderindo o processo de reeducação alimentar,  o objetivo de manter-se saudável, veja abaixo alguns relatos:
Decidi lutar contra a obesidade! Eu estava vivendo um momento de glamour na minha vida desde 2014 quando participei de um influente concurso de Miss Plus size e levei uma das faixas para casa! Minha auto estima estava lá em cima e eu me sentia completamente feliz comigo mesma , porém, no auge dos meus 138 kg , fui diagnosticada como pré diabética, então por amor a mim e a minha família, entrei num processo de reeducação alimentar e uso do balão intragástrico. Em minha primeira gestação, desenvolvi hipotiroidismo,onde meu metabolismo fica lento e vem daí a dificuldade maior em perder peso.  Vários médicos sugeriram a cirurgia bariátrica, recusei por não querer passar por esse processo cirúrgico, foi então que meu médico me sugeriu o uso do balão intragástrico e uma rotina de reeducação alimentar com exercícios físicos. Eliminei 23 kg em 6 meses, como de tudo em pequenas proporções, no meu dia a dia evito alimentos gordurosos e doces, faço exercícios, a disciplina e moderação são as palavras chave hoje, para que eu não venha desistir, e com certeza chegarei lá, mesmo que demore! ” afirma Tathiane Assunpção, miss e modelo plus size.
“Em 2014 sofri uma lesão no joelho, por indicação médica, fui obrigada a reduzir meu peso.  Exercícios não eram indicados, devido a lesão, então entrei no processo de reeducação alimentar, foi um longo processo, perdia 3 kg por mês,  foram 53 kg em 3 anos de luta. Me sinto mais disposta, embora tenha ficado com muita flacidez em braços, pernas e seios. Hoje o que mais me incomoda, é o julgamento das pessoas, que insistem em dizer que fiz bariátrica, eles vêem só o resultado, mas não acompanharam minha luta. Reaprender a comer, não é fácil, lutei muito, e venci!” enfatiza Milian Aquarelo, modelo Plus Size.
texto: Vanessa Scarcella

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